segunda-feira, 22 de setembro de 2008

“DONA DA PRIMAVERA.”


Antes do sol raiar a mulher amanhece
Com cheiro de café tempera o dia
Com afago desperta a cria
Com um beijo difunde o riso

Começa a luta
Lá fora o batente a espera
Ocupa o lugar que antes não era dela
Causando espanto nos olhos de quem a desdenha.

Antes era só linda.
Hoje sabe, mais ainda...
E ensina.

A primavera lhe pertence
Não lhe foi dada, foi conquistada.
As que apanharam, as que foram torturadas.
As que sofreram abusos, as que foram assassinadas.
As que foram descartadas ou trocadas.
As que tiveram o coração dilacerado:
As mães da praça de maio
Ou dos meninos da candelária,
Maria da Penha, Margarida, Maria Mineira Naê,
Olga, Joana D’arc, Maria, a mãe do nazareno sacrificado.
A operária,
A mãe solteira,
A desempregada,
A prostituta desvalida,
A doméstica confundida,
A dona de casa, a subordinada.

As que receberam flores,
Têm sua primavera!
As que cultivam o jardim,
Têm sua primavera!
As que simplesmente colhem,
Têm sua primavera!
Até as que desfolham um mal-me-quer,
Também têm sua primavera!
No fim da tarde para casa retorna,
Um outro trabalha a espera
É o filho que chora inconformado,
Enquanto a casa e o mundo estão às avessas.

A mulher chora por qualquer bobagem:
Pelo marido que saiu só para comprar um cigarro e não voltou,
Pelo filho que tem febre,
Pelo pão que falta,Pela oportunidade que não veio,
Pelo carinho que com o tempo foi se perdendo,
Pela dor de cabeça que só ela sente,
Por que só ela se aborrece,
Só ela lembra a data do aniversário de casamento,
Só ela quer discutir a relação,
Só ela controla os gastos...
Então ela chora
Porque tem coragem,
Porque ela pode,
Porque ela quer,
Por ela consegue

A mulher chora...
E depois adormece!

Do blog VEROMUNDO - Penha de Castro

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Depois dos Cinquenta


Hoje quero me retratar com meus amigos.
Pedir desculpas pela omissão de visitas e não ter agradecido o carinho a mim dedicado.
Ainda sentindo a grande perca que tive........
Mas aos poucos estarei voltando.
Quero agradecer a cada um, por todo carinho e compreensão.
Hoje venho dividir um pedaço de bolo com todos que aqui vierem.
Obrigada por todo carinho que me dedicam.

Depois dos cinquenta anos
Já se percorreu todas as estradas
Esquinas e encruzilhadas
Com pouco, ou muito Amor pela vida
Que todo esse tempo
Nos ofertou em várias direções

Durante meio século passado
Tanto aconteceu, tanto se viveu
E tanto para trás ficou...
Já se errou nas atitudes
Noutras até se acertou
Talvez nestas menos!

Já nos perdemos de amor
Naquelas noites e dias
Que são só nossas
Já nos perdemos na vaidade
Talvez por egoísmo
Já caminhamos por tanta
Turbulência, e alguma Bonança
Ja tivemos o brilhozinho nos olhos
Nos momentos intensos de paixão
E até nos pequenos detalhes
Sentimos os mesmos doces
Momentos da primeira vez
A nossa primeira vez

Nunca foram demais esses
Nossos tempos
Antes dos cinquenta
Como nunca irão ser demais
Os pedaços amargurados ou não
Que nos falta viver

E de mansinho os iremos
Contemplar, como quem
Olha o sol pela manhã
E nós sorriremos sempre
Mas sempre à saudade
Que nos presenteia

Agora depois dos cinquenta anos
Mas suavemente
Sentimos o esplendor da vida
Em toda a sua plenitude
Mais tranquila, mais doce
E aqui e ali, talvez uma rebeldia
Que ainda teimosamente vem de antes dos cinquenta.

De: Fernando Ramos


terça-feira, 16 de setembro de 2008

Falando de Amor


Todo ser humano experimenta, ao longo de sua vida, o incômodo sentimento de ser limitado, de ter em potencial algumas expressões que não utiliza e nem mesmo conhece direito. Saibam todos, que já se deram conta desse fato, que o Amor é o meio mais direto para transcendermos nossas limitações. Inspirados pelo Amor por alguém, por uma causa, por um ideal ou qualquer outra coisa, nós crescemos, nos alargamos, e descobrimos encantados que somos muito mais do que acreditamos ser. O Amor é a grande força expansiva, a força de ascensão e de progresso. Por isso, antes de tudo, vamos buscar o Amor. Eros, o deus do Amor, é um deus de dupla face, pois, se o Amor é união de um lado, de outro, ele é guerra. Assim de um lado ele aproxima; de outro, produz fricção e confronto. Se tomarmos um homem e uma mulher frente a frente, veremos que se atraem por um lado e, por isso, são inspirados por Eros a se misturarem, a se tornarem uma única coisa. Ao mesmo tempo, homem e mulher têm de resolver os atritos oriundos de suas diferenças fundamentais. No entanto, podemos dizer que o Amor é o grande sábio do Universo! Ele age dessa forma, porque sabe, melhor do que ninguém, que é preciso haver duas faces opostas para formar uma única moeda. Então, quando nos coloca em atrito, é porque sabe que, resolvendo-o, nos unimos muito mais. O Amor cria, obrigatoriamente, o conflito.O Amor anseia pela união.O Amor é guerra e paz ao mesmo tempo. O Amor doa e perdoa. Perdoar é uma qualidade sublime, divina. Quando os outros cometem pequenos erros, a maioria das pessoas resmunga e quer vingar-se. Brigar, ficar zangado, querer mal é pequeno e infantil. Amar significa perdoar, e isso é extraordinário! Na verdade, o Amor não é cego. Pelo contrário, ninguém enxerga tão bem quanto ele. Por isso, se pessoas de mau caráter abusarem dele, fatalmente o Amor encontrará uma forma de puni-las.

“Se você tiver Amor no coração, sempre terá algo a doar”.

Autor anônimo

O que for a profundeza de teu ser, assim será teu desejo.
O que for o teu desejo, assim será tua vontade.
que for a tua vontade, assim serão teus atos.
O que forem teus atos, assim será teu destino.
Brihadaranyaka Upanishad